sexta-feira, 23 de abril de 2010

A vida

Sempre odiei essas reflexões sobre a vida. "São nessas horas que vemos que não somos ninguém". "Somos impotentes diante do mundo". Sempre achei que elas eram/são lugar-comum, falta do que falar. Coisas que se falam quando alguém morreu ou está morrendo. O ódio durou apenas até eu ter meu pai em estado grave no hospital.

Não, não vou reproduzir as ex-odiadas frases. Mas agora entendo quando elas são usadas.

Quando temos alguém que gostamos muito entre a vida e a morte, tudo se torna irrelevante. Só queremos que aquela pessoa fique boa logo. Nesses momentos, nossa fé se aflora, nossos discursos cheios de preconceito vão por água abaixo, toda aquela nossa pose diante de todos cai. Você é ninguém. Droga, não consegui fugi da frase.

Mas e daí? Tudo o que importa agora é que meu pai fique bom e possa voltar para casa, passear com o cachorro, ver o Jornal Nacional, ver a Turma do Didi (sim, ele gosta), o Faustão (sim, ele tb gosta), os gols do domingo. Que ele possa colecionar seus selos do jornal Extra ou que adicione todos os meus amigos em suas inúmeras redes sociais. That's all that matters right now (Isso é tudo o que importa agora).

É isso que peço a Deus todos os dias. E veja como são coisas simples. Não estou pedindo para ter a fortuna do Eike Batista. Quero coisas simples, que são as que realmente importam na vida. O resto é o resto.

Acho que era essa a mensagem que eu queria passar na estreia do novo blog, que apesar de ser prometido como o espaço de um bem humorado, tem um autor num momento um pouco sensível da vida.